quarta-feira, 4 de maio de 2016

Onipotência

·         Pois tu formaste o meu interior, tu me teceste no seio de minha mãe. Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem; os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. (Salmos 139:13-15)

Onipotente é alguém que é capaz de fazer tudo, alguém que não tem nenhum tipo de dificuldade, porquanto é o Todo-poderoso. Um ser onipotente é aquele que não precisa de ajuda para realizar alguma coisa, alguém que é poderoso em todos os sentidos.

Em nenhum lugar a onipotência de Deus é vista mais claramente do que na criação. Deus disse: "Haja..." e assim foi (Gênesis 1:3,6, etc.) O homem necessita de ferramentas e materiais para criar, Deus simplesmente falou e pelo poder de Sua palavra tudo foi criado do nada.
·         "Pela palavra do SENHOR foram feitos os céus, e todo o exército deles pelo espírito da sua boca" (Salmo 33:6).
O poder de Deus também é visto na preservação da Sua criação. Toda a vida na terra pereceria se não fosse por Sua provisão contínua de tudo o que precisamos. E o que dizer do poder de Deus para com Sua igreja?
Quando se fala do poder de Deus para com a sua igreja na terra normalmente referenciamos este poder com os milagres que se fazem. Normalmente queremos referenciar com o número de conversos que aumentam as nossas denominações. Esquecemos até que um bom número desses convertidos ou convencidos que entram pela porta de frente, saem pela porta de trás em pouco tempo. Em suma, a maior parte das vezes, relacionamos o poder de Deus na vida coletiva de uma denominação.
Embora facilmente identificamos o poder de Deus por meio dos procedimentos coletivos da igreja/denominação, o que não deixa de ser uma verdade, devemos entender que é de forma individual que Deus, em especial, manifesta o seu poder aos homens de maneira que cada homem, individualmente, se reveja no Seu plano. Nosso Deus é Deus dos detalhes, que quer aperfeiçoar cada pecador a uma vida compatível a Sua santidade.

E por colocarmos em primeiro lugar a manifestação do poder de Deus nas atividades coletiva da igreja/denominação, um grave problema surge no seio da cristandade. E qual é? Hoje o cristão quer se esconder no coletivo, quer se esconder nas ações coletivas de sua igreja/denominação. E quando digo que o cristão de hoje quer se esconder no coletivo de sua igreja, estou querendo dizer que acreditamos que independentemente da condição pecaminosa que vivemos, independentemente da nossa relação com Deus acreditamos que estamos seguros na multidão. Mesmo pautando por uma vida não santificada acreditamos que se permanecermos no seio da multidão (Igreja/denominação) estamos protegidos.
É importante percebermos que ninguém está seguro no seio da multidão, mas sim em Deus. Precisamos perceber que é Deus que nos guarda, é Deus que nos mantem seguros e não a multidão de pessoas. É importante que percebamos que ninguém está legitimado (aprovado) diante de Deus só porque está no meio de um coletivo de pessoas que adoram a Deus. Mais do que estar no meio de um coletivo de pessoas, Deus quer de nós uma vida santificada, uma vida transformada.

E será mesmo que temos noção do que é ter uma vida transformada? Não será que temos uma vida remendada em vez de transformada? Uma vida transformada é uma vida de arrependimento e santificação diária. Uma vida transformada esforça-se em Deus diariamente e não quando está no coletivo de pessoas aos fins de semana.
·         Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. (1João 5:4)
O que é ser nascido de Deus? O que é vencer o mundo? Não basta nos escondermos na multidão de pessoas e irmos a igreja aos fins de semana, louvar, orar, realizar trabalhos a vista de todos, quando em nós ainda há inveja, cobiça, luxúria, lascívia, etc. Confirmemos diante de Deus que somos seus filhos e vençamos o mundo pela obediência (fé).
Infelizmente a igreja de hoje tornou-se tão diferente que ela mesma desacredita-se. E somos nós próprios quem duvidamos de nós mesmos e de nossa geração. É muito fácil encontrar entre os cristãos de hoje depreciações, especialmente quando lemos na bíblia sobre as vitórias dos patriarcas e não só. Quem não ouviu uma exaltação à fé dos patriarcas e ao mesmo tempo uma depreciação da nossa?

Quem nunca ouviu: “Esses mesmo é que têm fé, se isso acontecesse hoje seria azar”. Há muitas citações parecidas com esta entre o professo povo de Deus o que nos reduz claramente em relação aquilo que podemos fazer na causa do Mestre. Será que não estamos a falar do mesmo Deus imutável? O mesmo Deus que protegeu ontem e pode proteger hoje?

Será que em vida quando Paulo lia os feitos de Moisés, Abraão, David, Daniel entre outros, dizia a seus irmãos da época: “Esses mesmo é que têm fé, se isso acontecesse hoje seria azar”? Será que os homens que a história registou como homens de fé (os reformadores na idade média), homens de grandes feitos entre os demais da sua época também fizeram esta citação diante dos seus irmãos?
Bem que Cristo profetizou sobre a fé dos últimos dias:
·         "Quando, porém vier o Filho do homem, porventura achara fé na terra?" (Lucas 18:8).
A pergunta implica falta de fé não simplesmente sobre a terra, mas entre o professo povo de Deus. Por que Jesus disse isso? Provavelmente porque nós os cristãos de hoje nos afastamos de Deus tão facilmente como se de um desconhecido se tratasse (Deus não se compreende, mas se aceita), e tudo porque há falta de conhecimento de Deus, por parte daqueles que deveriam ser os seus maiores despenseiros. Infelizmente acreditamos que um simples pecado não abala o relacionamento entre o Deus santo e o homem pecador. Achamos que uma simples dúvida, um simples egoísmo, uma simples cobiça favorita, não atrapalha o elo que criamos quando um dia aceitamos esse Deus santo (Miq. 3:4; Is. 59:1-2; 1Pe. 3:12).
 
Que perigo corremos quando achamos que a fé genuína pertence ao passado. Que perigo corremos quando achamos que possuímos fé, mas ainda assim, entregamos ao passado a fé verdadeira. "Sem fé é impossível agradar a Deus”...
 
·         "Visto como se não executa logo a sentença sobre a má obra, o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto a praticar o mal" (Eclesiastes 8:11).
Provavelmente estamos tão dispostos a praticar o mal, porque tal como o texto diz, a sentença não é imediata. Preferimos colocar nossa vida em risco, e continuar na pratica do mal, esperando que um dia sejamos transformados no caráter. Coisa que a palavra de Deus nunca disse. Quanto mais seguimos nossas paixões, dúvidas, cobiças, mais o poder de Deus para Lhe obedecer se extingue entre a igreja. Ninguém pode crescer na fé enquanto viver uma vida impura, esse tal não é de Deus (1Jo. 3:9).
A fé verdadeira é tal como Cristo anunciou séculos atrás, tem de ser como grão de mostarda. Quando Cristo fez esta ilustração, quis mostrar que a fé genuína cresce. A fé que a bíblia fala não é necessariamente aquela que se verifica no número de pessoas que aceitam as doutrinas de cada denominação, mas sim é a fé que transforma a vida de um pecador. A fé que a bíblia fala não é aquela que decresce a ponto de o mundo entrar no seio da igreja, mas sim é a fé que cresce e influencia o mundo para a mudança.
Provavelmente muitos serão levados a pensar que a minha preocupação é combater as reuniões nos templos, porque falo de atividades do sistema religioso. Pois, querido irmão saiba que não é este o meu propósito, mas sim, combater o conceito de que os que estão inseridos nas denominações são a igreja de Cristo, isto porque realizam atividades religiosas nas suas denominações. Que ninguém se engane, pensando que as atividades religiosas nos templos aos fins de semana são o único meio de nos caracterizarem como igreja de Cristo diante de Deus. Pois a única religião bíblica que está entre os homens aprovada por Deus encontramos em Tiago 1:27.
Você se lembra do piedoso Zacarias, pai de João Batista. Zacarias era um sacerdote consagrado que sofreu devido a um único episódio de incredulidade. A sua história ilustra simplesmente a seriedade com a qual Deus vê esse pecado (Falta de fé).
 
·         Ambos eram justos diante de Deus, vivendo irrepreensivelmente em todos os preceitos e mandamentos do Senhor. (Lucas 1:6)
 
As escrituras dizem que Zacarias era justo, andou com Deus, e viveu irrepreensivelmente. Eis um homem pio que vestia as túnicas de sua respeitada posição. Ele ministrava diante do altar de incenso, o que representava prece e súplica, atos de pura adoração. Em resumo, Zacarias era fiel e obediente, um servo que ansiava pela vinda do Messias.

Pela sua condição de vida, Zacarias provou ter fé genuína a Deus, pois não tinha filhos e nem por isso distorceu os seus princípios, era um homem “irrepreensível” diante de Deus. Homem que exaltava o poder de Deus (fé) não na vida coletiva da igreja, mas individualmente.

Um dia, enquanto Zacarias ministrava, Deus enviou o anjo Gabriel para lhe dizer que sua esposa iria ter um filho. Gabriel diz que o nascimento do filho seria motivo de júbilo para muitos em Israel, e deu a Zacarias instruções detalhadas sobre como educar o menino. Mas, enquanto o anjo falava, Zacarias tremeu de medo. De repente, a mente deste consagrado homem se encheu de dúvidas, e ele cedeu à terrível falta de fé. Ele pergunta ao anjo, "Como saberei isto? Pois eu sou velho, e minha mulher, avançada em dias" (v. 1:18).

Deus não recebeu de bom grado a dúvida de Zacarias, e passou essa sentença para o sacerdote: "Todavia, ficarás mudo e não poderás falar até ao dia em que estas coisas venham a realizar-se; porquanto não acreditaste nas minhas palavras" (1:20).

O que esse episódio nos diz?
Primeiro: Diz-nos que as bênçãos espirituais de Deus chegam claramente aos homens que vivem em santificação. Diz-nos que ainda que a tua ação coletiva na igreja/denominação seja consagrada a bênção chegará individualmente.

Segundo: Diz que a falta de fé bloqueia os nossos ouvidos para Deus, mesmo quando Ele fala claramente a nós. Ela trava o recebimento de revelações novas. E nos afasta da comunhão íntima com o Senhor. Não importa o quanto somos fiéis ou diligentes. Como Zacarias, trazemos a nós mesmos uma paralisia tanto nos ouvidos como na língua.

·         Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes permanecer firmes contra as ciladas do Diabo. (Efésios 6:11)
Igreja, quando acreditarmos que Deus é o nosso refugio do pecado. Quando mostramos fé no Seu poder para nos guardar de pecar estamos a exaltar a onipotência de Deus (Judas 1:22-24). Pois tal como acreditarmos (fé) viveremos. A fé é o maior poder que Deus concede aos seus filhos, mas só para aqueles que estão dispostos a vencer o mundo, aqueles que querem purificar os seus corações. Devemos pedir a Deus para nos guardar de pecar, e com fé acreditar que realmente viveremos uma vida santa, justa diante de Deus. Não deixe de acreditar no poder que Deus tem para te guardar do pecado. Confia no Onipotente que o mais Ele fará.
Lembra-te ó igreja que não é na multidão de pessoas que estás seguro para a salvação, mas sim em Deus que pode te guardar de tudo. Não é na multidão de pessoas que alcançaras a fé em Deus. É na vida pessoal, na vida de arrependimento que somos achados por Deus.
 

“Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras”
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