quinta-feira, 7 de julho de 2016

Simplicidade

Um Conselho à Igreja

Simplicidade Divina é o atributo segundo o qual Deus não é constituido de partes.
O conceito de simplicidade Divina pode ser descrito da seguinte forma: O ser de Deus são os seus atributos.

Seria um erro conceber a essência de Deus como existente por Si própria e anterior aos atributos, como também seria um erro conceber que os atributos são como características aditivas ou acidentais do Ser Divino. São estas qualidades essenciais de Deus, inerentes ao Seu próprio Ser e com Ele coexistentes.


Não se pode desassociar Deus de seus atributos. Deus não possui imutabilidade, Ele não possui vida, luz, sabedoria, amor, justiça, como se Ele pudesse se desassociar de tais atributos. Deus é tudo quanto Ele tem. Deus é imutável, em vez de possuir imutabilidade, Ele é vida, luz, sabedoria, amor, justiça. Estas qualidades não podem ser alteradas sem alterar o Ser essencial de Deus. E desde que são qualidades essenciais, cada um deles revela-nos algum aspecto do Ser de Deus.
Pouco ou nada se fala sobre este atributo (simplicidade), mas quando compreendido eleva o nosso entendimento sobre a pessoa de Deus. E por causa do fraco conhecimento a respeito deste atributo que muitas questões são levantadas sobre a essência de Deus.

É muito normal que ateus levantem muitas questões sobre a essência de Deus, mas é necessário aos cristãos o conhecimento da pessoa de Deus, para que não haja distanciamento daquilo que são os nossos argumentos e o próprio Deus.
Durante anos e anos sempre quis me sentir um filho de Deus, mas também pouco esforço fazia para me tornar como tal. Os filhos conhecem seu Pai tal como Pai conhece seus filhos, mas neste aspeto falhava. Sem parar para analisar nos meus argumentos, varias vezes e não poucas, colocava em mutação a pessoa de Deus. E como filho deveria ser um dos Seus maiores despenseiros no conhecimento de sua Pessoa, mas porque pouco me esforçava em conhece-Lo, também pouco acertava.
"Deus no passado não perdoava. Quando o povo de Israel pecava, o chão logo se abria e eras engolido. Mas hoje o elemento graça alterou a historia da humanidade. Hoje Deus concede maior tolerância à humanidade muito por causa da cruz (amor)".

Na rua, nas casas, no trabalho, nos púlpitos têm servido para apregoar este feito de Deus. Em suma, a cruz dividiu Deus de seus atributos. Embora exista quem enfeite mais ou menos estes argumentos, a verdade é que inconscientemente apregoei esta e outras mensagens que colocam Deus num lugar que não é Dele.
Mesmo procurando servir da melhor maneira o nosso Eterno, pude entender que a falta de conhecimento sobre determinados assuntos calcou o relacionamento com Deus. Prova disso é que ao me deparar com enumeras questões sobre as ações do Eterno deixei de lado a Sua inconstância, para altera-Lo sempre e quando pudesse.

Sempre achei que observar unicamente um atributo divino a ponto de este ser a explicação de determinada ação de Deus fosse o ideal, mas pelo contrario, entendi que esta ação não passa em dividir Deus de seus atributos. Na pratica coloquei em causa essa unicidade que há em Deus sempre que argumentava sobre um dos seus atributos isoladamente como se fosse possível.
Para ilustrar bem esta problemática vou apresentar uma cena que passei:
Certa vez dois irmãos em cristo, Isidro Sanene e Daniel Cayove vieram ter comigo muito apreensivos. Eu os via chegar em minha direção, em reclamações. Chegaram até a minha pessoa, e o Sanene tomou a palavra:
Irmão Amado, por favor, vamos só até ao meu vizinho, precisamos falar com ele. Fomos ter com ele para lhe falar sobre Deus e ele não só rejeita a existência de Deus, como ainda ofende a Deus.
Perguntei eu: Ofender? Como assim?
E o irmão Daniel respondeu: Sim, ofende. Chama nomes a Deus.
Não querendo acreditar que pudesse existir alguém assim, perguntei: Mas, fala o quê concretamente?
É melhor vir connosco. Responderam eles entre risos de incredulidade no que haviam presenciado.
Saímos do templo e fomos até ao vizinho de nosso irmão Sanene. Quando lá chegamos o encontramos onde o haviam deixado (no quintal de sua casa). Pedimos licença, entramos e quando nos aproximamos o nosso irmão Sanene disse-lhe:
Trouxe mais um irmão para falarmos.
E o vizinho perguntou: Voltaram de novo?
Sim, e trouxemos este irmão para falar contigo. Respondeu o Sanene.
Provavelmente o irmão Sanene tenha dito para si mesmo:Agora vais ver, porque vais ter que aceitar que Deus existe. Trouxe reforço”.
O vizinho aparentava estar na casa dos 55 a 65 anos. Uma pessoa muito calma, mas muito eloquente nas palavras o que pode levar as pessoas a pensar o contrário daquilo que ele é.
Me apresentei e comecei a falar sobre Deus. Mostrei que sem Ele nada do que existe poderia existir. Mostrei que a desobediência trouxe o mal que hoje vemos, ao mesmo tempo que evidenciei o amor de Deus no livre arbítrio que Ele concedeu ao homem para O obedecer ou não. E quando acabei a minha dissertação ele me perguntou:
Esse Deus que disseste que Criou tudo, é Ele que criou Satanás não é?
Sem que eu respondesse, o vizinho do Sanene voltou a perguntar: Onde estava Deus quando este satanás fez as maldades que fez? Não tem lógica nenhuma dizer que este Deus é Deus de amor, porque é Ele que é o causador do mal. Dizia o vizinho do Sanene
Cortei-lhe a palavra e disse-lhe: Deus não é o causador do mal. Não foi Ele que criou o mal, mas sim satanás é o causador do mal.
Não foi Ele que criou satanás? Então como é que Deus não é o causador do mal? Perguntou o vizinho do Sanene.
Por um momento fiquei sem palavras, mas repliquei dizendo: Deus não criou satanás, pois ele era anjo de luz, mas o mal se encheu em seu coração. Ainda assim Deus concedeu o livre arbítrio para que ele pudesse mudar.
De repente ele interrompe-me e pergunta: Então Deus cria alguém, este alguém começa a fazer o mal que afeta os homens, para depois dizer que ele tem livre arbítrio? Por que não o matou?
E eu calado. O irmão sanene toma a palavra e disse: Deus é amor por isso é que não eliminou satanás.
Então Deus não nos ama, porque deixa satanás viver para nos ver sofrer. Retorquiu o vizinho.
E nós bem caladinhos, sem nada a dizer. Passou-se alguns segundos quando ele quebra de novo o silêncio para lembrar mais um facto:
Eu leio a bíblia também, mas por uma questão de adquirir conhecimento, não porque creio neste Deus da bíblia. E quando olho para história do passado vejo um Deus totalmente diferente. Esse Deus que vocês pregam que é amor, nem sei como vocês acreditam nesse Deus, aquele filho...., aquele ....., aquele .... aquele assassino.
Falou todo tipo de injurias a Deus por causa da compreensão que tinha do Deus da bíblia.
Enquanto o irmão Daniel mostrava um sorriso, irmão Sanene indignado tentava refutar. Pedia para que ele não falasse assim de Deus, mas o seu vizinho continuou e lançou um desafio: Se aquele..... realmente existe então que me mate agora. Por que no passado Ele matava? Por que havia muita carnificina e agora é um Deus de amor? Por que no passado quando pecavam morria-se logo? E agora Ele já condescende com o pecador?
Não há lógica em existir um Deus assim. Que hoje é mau e amanhã é bom, hoje mata, amanhã não. Argumentou ele.
E continuou a dizer: Vocês são muito jovens, e com o tempo vão aprender que este Deus que vocês falam não passa de fabulas, verão que Ele não existe. Porque se existisse um Deus com todos os atributos que pregam Ele não agiria assim.
Não são vossos pastores que dizem que no passado esse Deus não perdoava e agora já perdoa? Quem pecasse morria logo, porque o chão se abria e era logo engolido? Não são vocês que pregam estas coisas? Esse Deus é ideia desses pastores para vos prender, porque eles sabem que vocês têm a mente fraca.
Ficamos todos calados, especialmente por causa das últimas perguntas que o vizinho do Sanene apresentou. Ficamos sem argumentos com um sorriso envergonhado, porque as perguntas que o vizinho do Sanene fez não foram satisfeitas e não podíamos responder a todas as perguntas com o argumento de livre arbítrio (amor).
Ele mostrou um sorriso para nós, e nos disse: Vão e estudem mais.
Saímos daí "derrotados", e eu em particular, porque me confiaram a responsabilidade de o convencer ou ao menos o colocar contra a parede.
Lembro-me que esta derrota só saiu de mim, quando no templo os irmãos mais experimentados também não responderam claramente as inquietações levantadas. Respondiam somente com o argumento do livre arbítrio (amor), tal como eu argumentava.
Sei que nem com o conhecimento que tenho hoje seria possível demover o vizinho do Sanene, sem que Deus usasse Sua misericórdia para com ele. Não existe sabedoria capaz de alterar os ateus a menos que o espirito do próprio Deus os estremeça. Também não é minha pretensão falar para que os cristãos saiam e procurem demover os ateus de suas convicções.

Falo para igreja. Pois é muito normal que questões como aquelas da historia acima surjam no seio da igreja. Muitos novos conversos na ânsia de conhecer melhor o Deus que se predispuseram a servir, questionam suas ações (normal), mas são os mais experimentados, desde os lideres aos liderados experientes, que atrofiam ainda mais o desenvolvimento dos mais novos. Atrofiam a compreensão daquilo que deveria ser um conhecimento saudável da pessoa de Deus.

E foram muitas vezes que falhei nesta transmissão, pois sempre dividi Deus de seus atributos. Achava que todos aqueles que questionassem a onisciência de Deus tinham de ser respondidos com base no atributo onisciência. E quando questionassem o amor, então que fosse o atributo amor a responder. E assim sucessivamente. Entendo que este tipo de argumento só divide Deus, porque Deus não é só onisciente, não é só amor, bondade, onipresente, enfim. Deus é tudo o que Ele é. Logo não é só a onisciência ou outro atributo isoladamente que o carateriza. E neste tipo de argumentos caía em desuso sempre que confrontado com novas perguntas. Fui levado a variar o INVARIÁVEL. Hora falava uma coisa sobre Deus, hora outra. Hora achava que Deus é isso, hora já achava que Deus é aquilo.
Hoje penso: Se Deus não tivesse criado Lúcifer poderia dizer que Ele é Onipotente? Poderia dizer que Ele tem poder para mudar o curso de vida de qualquer ser neste universo? Poderia dizer que Ele é Soberano? Poderia dizer que Ele controla tudo e todos? Poderia dizer que Ele não mente? Que verdade haveria em Deus se Ele temesse criar um ser como Lúcifer? Não haveria falhas de varias ordem na pessoa de Deus?Seria Ele o Ser que é se fugisse esses problemas? 

Compreendi que não posso argumentar somente com o atributo amor sempre que surgem questões sobre o amor de Deus pelo homem. Se o homem questiona a ação de Deus num atributo, então devemos entende-lo como se estivesse a questionar todo Ser de Deus. Pois o amor, a onisciência como atributos não conseguem explicar como Deus é poderoso o suficiente para mudar a vida de um homem, não conseguem explicar como Deus controla (Soberania) toda a situação.

Como disse acima, foram muitas vezes que coloquei Deus em mutação. Sempre disse que Deus no passado não perdoava ou perdoava pouco. Talvez porque aprendi nos púlpitos das igrejas:

"Deus no passado não perdoava. Quando o povo de Israel pecava, o chão logo se abria e eras engolido. Mas hoje o elemento graça alterou a historia da humanidade. Hoje Deus concede maior tolerância à humanidade muito por causa da cruz (amor)".

Será que Deus variou ou não percebi que são os meus argumentos que fazem variar a Deus? O vizinho do irmão Sanene disse: "Não são vocês que dizem que no passado esse Deus não perdoava e agora já perdoa? Quem pecasse morria logo, porque o chão se abria e eras engolido. Não são vocês que pregam estas coisas nas vossas igrejas?"
Refleti muito sobre este assunto, e comecei a excluir muitas coisas para não aceitar tudo. Por exemplo:

Adão e Eva foram criados por esse mesmo Deus no princípio deste mundo. A minha bíblia diz que quando Eva foi confrontada pela serpente acerca da árvore do conhecimento do bem e do mal ela respondeu:
·         Mas o fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Dele não comereis, nem tocareis nele, para que não morrais. (Gên. 3:3)
Me perguntei: Se Deus no passado não perdoava ou perdoava pouco, Adão e Eva não deveriam morrer logo que pecaram? Ou aí Deus era perdoador? Por que  pelo menos um Ninivita não morreu nos seus muitos pecados? Por que as nações pagãs não eram dizimadas quando andavam em pecado?

Então percebi que os púlpitos não conseguem separar a ação de Deus para com Israel em relação as demais nações. Entendi que era necessário buscar a razão do procedimento diferencial de Deus. Compreendi que a razão estava na Sua Onipresença e Santidade.
Vejamos o que diz a bíblia:
·         Então, disse o SENHOR a Moisés: Riscarei do meu livro todo aquele que pecar contra mim. (Êx. 32:33)
Perguntei-me: Nós não pecamos? Por que não morremos como povo de Israel morria instantaneamente? 

O povo de Israel foi o único povo que teve o privilégio de ter a presença do Eterno na sua direção. Este povo era dirigido diretamente pelo próprio Deus. Onde quer que o povo estivesse estava Deus com eles. Deus os orientava, falava dos seus preceitos em voz alta para que todos ouvissem e os profetas só retransmitiam as mensagens (Êx. 19:9). Era um privilegio muito grande que eles tinham, pois tinham o cuidado permanente de Deus. Mas este grande privilégio também tinha um custo muito elevado. Sabes qual era? Já deves calcular.
O custo era pecar contra Deus e não contra os profetas (Êx. 16:8). A rebelião do povo era contra Deus que estava presente. Embora Deus seja amoroso, ninguém peca contra Ele e vive (Mat. 12:31,32; Êx. 32:33). 

Depois do incidente do sinai, Deus no seu infinito amor preferiu se ausentar fisicamente do seu povo para não os consumir de todo (Êx. 33: 3-5). Contudo não os deixou sozinhos. O Pai Eterno concedeu ao povo o seu próprio espirito, em forma de luz, para que o povo pudesse ter a Sua presença (visível) no meu do povo (Êx. 33:12-17). Mas a presença (espirito) de Deus não livrava o povo de pecar e não ter consequências como a morte imediata. Prova disso é que continuou a haver mortes devido ao pecado. O calvário de mortes que assolou o povo de Israel por causa de pecados terminou quando foram para o cativeiro. Desde então, a presença visível do Eterno, e em alguns casos de forma invisível cessou. Desde este tempo, passando ao tempo em que o Filho do Altíssimo passou pela terra até hoje, contam-se as vezes que alguém morreu imediatamente depois do pecado.

Se não, no tempo de Cristo haveria milhões de mortes. E não esquecendo neste tempo, quando da descida da presença de Deus na igreja primitiva (Atos 2:1-3) Ananias a Safira tiveram morte imediata porque foi contra Deus que pecaram (Atos 5:9). Por outro lado, também compreendi que se a cruz amoleceu o coração de Deus, tornando-O mais longânimo, Ananias e Safira não deveriam morrer. Deveriam ter as mesmas chances que nós, mas pelo contexto percebe-se logo que trata-se da presença do Deus Santo.
Deus no seu imenso amor preferiu deixar-nos "distante" (sem a sua plena Presença) para que a humanidade não fosse consumida de todo. Seu amor pelo seu povo Israel e pela humanidade fez com que o tremor sobre sua Pessoa fizesse com o povo Israelita deixasse de falar o seu Nome e consequentemente esquecesse o mesmo no tempo, pois seria outro calvário que a humanidade atravessaria.

Imagina que nome do nosso Deus fosse João. Todo aquele que dissesse, por exemplo: Ai meu João! Como se tem dito a torto e a direito: Ai meu Deus!, haveria mortes aos milhões. Presenciaríamos até hoje as mortes que só lemos na bíblia, pois a ninguém Deus o teria por inocente, mas sim por negligente:

  •          Não pronunciarás em vão o Nome de YHWH, o SENHOR teu Deus, porque YHWH não deixará impune qualquer pessoa que pronunciar em vão o seu Nome. (Êx. 20:7)

Deus não é nome de ninguém. Deus é um titulo que se atribui qualquer uma divindade e não só. Quando Deus pisar nesta terra e contemplarmos a sua face compreenderemos tudo, porque aí sim, saberemos exatamente qual é o seu nome (Apoc. 22:4).

Isto foi o que pude perceber em relação a Sua simplicidade. E o querido irmão? Como tem sido os teus argumentos? Fazem variar Deus? Ou Deus tem sido o mesmo ontem, hoje e eternamente nos teus argumentos? Como esta o teu conhecimento sobre Deus? Por causa deste detalhe muitas doutrinas são levantadas sem terem em conta que estamos a fazer de Deus um ser variável, em constante mutação na sua maneira de pensar. "Não somos nós que dissemos que Deus rejeitou Israel. Como ficaria a sua Imutabilidade? (Clica na palavra Imutabilidade para saberes mais) Como ficaria a promessa de Cristo em herdarmos a terra logo na sua chegada (Dan. 2:34; 44, Apoc. 5:10)?

Importa que O conheçamos melhor para não fazermos do nosso Deus um Ser complexo, um Ser incompreensível e inatingível. Não dividamos Deus de seus atributos no tempo. Não limitemos Deus num atributo como se este único atributo fosse tudo em Deus. Deus não é composto de partes, pois toda composição implica imperfeição. O composto depende, necessariamente, dos elementos que o constituem. Deus é, portanto, perfeitamente simples. Um atributo não é mais importante do que outro, nem é parte de Deus; todos eles constituem o Ser de Deus. Deus é único no sentido de singularidade como também de simplicidade.


“Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras”
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