sexta-feira, 20 de maio de 2016

Santidade. Parte Final

·                     Portanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho,
a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. (Rom. 8:29)

No estudo anterior vimos que Deus não restringe a salvação à apenas um grupo de pessoas. Ela (salvação) foi dada a todo aquele que crer. Deus amou o mundo, não um pequeno ou grande grupo de pessoas, e por isso deu seu Filho para que houvesse salvação para a raça humana (Jo. 3:16). Deus oferece ao mundo reconciliação. Oferece um novo reino que será estabelecido na volta dAquele que nos proporcionou o meio de escape, o meio pelo qual nos achegamos a Deus.
Contudo é necessário dizer que tal como o verso bíblico acima faz referência, a bíblia nos apresenta outros textos que nos remetem a refletir se de fato há ou não um grupo de escolhidos. E gostaria de voltar a fazer algumas das perguntas do estudo anterior:
Por que a bíblia faz referencia de alguns escolhidos? Por que Jesus, Paulo entre outros dizem que existe um grupo escolhido?

Afinal há ou não há um grupo escolhido? Somos todos escolhidos ou há alguns escolhidos? Há ou não os predestinados por Deus? Será possível haver alguns escolhidos mesmo que a salvação seja para todos? Como realmente entender este assunto?


Parece que é exatamente nestas perguntas que uma boa parte dos cristãos confunde ao analisar este assunto. Na verdade o assunto não tem nada de extraordinário, mas porque está envolto de sofismas, leva a igreja a não considerar uma boa parte de alguns textos bíblicos quando aceita somente outros textos. Ou seja, um grupo de cristãos ao aceitar que existe um grupo escolhido por Deus, rejeita que Deus enviou seu Filho para salvar o mundo, e vice-versa.
Mas, querida igreja, não há nenhuma confusão, pois as duas doutrinas são verdadeiras e bíblicas. Deus salva o mundo por meio de seu Filho e ao mesmo tempo não deixa de ter os seus escolhidos, aqueles que foram pensados antes do mundo ter existido.
Vamos meditar neste assunto:
·         Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda. (Jo. 15:16)
Embora o esperado Messias por parte de alguns de Israel e não só (Mat. 2:1,2) arrastava consigo uma multidão de gente, a verdade é que é Jesus quem escolhia os seus como diz o texto e não eram as pessoas que se entregavam a Jesus, mas Cristo as escolhia segundo a presciência do Pai (Jo. 6:37). Gosto de pensar que Cristo enquanto esteve aqui na terra fez três trabalhos, nos quais, os dois primeiros foram em simultâneo. O primeiro: Formar o grupo dos escolhidos, ou seja, escolher aqueles que formariam o seu corpo. O segundo: Ao mesmo tempo em que formava o seu corpo, pregava o evangelho a todos quanto o aceitassem. E terceiro: Reconciliar a todos quer seja escolhido ou não com Deus na cruz.
E ao refletirmos sobre os dois primeiros pontos podemos claramente verificar que Cristo teve chance de alargar o leque daqueles que o seguiam, mas não o fez. São muitos que se candidataram a acompanhar o Messias nas suas jornadas, os quais lhes foram vetados o acesso a este grupo especial.
Alguém poderia perguntar: Com que objetivo Cristo terá os seus escolhidos se veio salvar todos?
Os escolhidos não são os únicos salvos, mas sim o corpo que Cristo está a formar até hoje. Embora a salvação viesse por meio da cruz ao mundo (escolhidos e não escolhidos), o corpo de Cristo é um grupo a parte. O corpo que Cristo está a formar são aqueles que foram pensados, foram arquitetados na mente do Eterno antes de tudo ser feito.
·         ... os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. (João 1:13)
Este grupo especial não nasceu porque o homem decidiu que nascesse, mas nasceu porque já desde a presciência do Pai haveriam de nascer. Deus de antemão pensou neste grupo de pessoas, Deus de antemão (na eternidade lá atrás) conheceu este grupo de pessoas e os colocou neste mundo, para viverem segundo a Sua vontade.
·         Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus. Por essa razão, o mundo não nos conhece, porquanto não o conheceu a ele mesmo. Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não é manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque assim como ele é, o veremos. E todo o que nele tem esta esperança, purifica-se a si mesmo, assim como ele é puro. (1joão 3:1-3).
Deus adotou como filhos e filhas um grupo de pessoas segundo a sua vontade. Esses são aqueles que foram escolhidos desde as eras mais antigas, são aqueles que foram chamados para vencer o mundo (1jo. 2:6), purificando-se a si mesmo da mesma forma que ele é puro. Ou seja, Deus quando pensou na igreja de Cristo foi com o objetivo de separá-los dentre os restantes homens deste mundo que vivem na concupiscência da carne, porque neles reside a semente divina (1Jo. 3:9,10).
·         Portanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. (Rom. 8:29)
·         E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou. (Rom. 8:30)
A bíblia não diz que Deus predestinou a todos. A bíblia não diz que Deus chamou a todos nem que os escolheu a todos. A bíblia diz que muitos (não todos) são chamados e poucos os escolhidos. Existe sim um grupo especial, um grupo que não só é predestinado (pensado, reservado), como no decorrer de sua vida são chamados por Deus. São justificados nos méritos de Cristo e glorificados dentre os demais. Alguém já se perguntou por que a fé não é de todos?
  • E para que sejamos livres de homens dissolutos e maus; porque a fé não é de todos. (2Tess. 3:2)

Paulo afirma que a fé que é um dom de Deus aos homens não é de todos, não está ao alcance de todos os homens. Se a fé não está ao alcance de todos os homens, como todos seriam escolhidos?
  • ... assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade. (Ef. 1:4,5)
Cada um de nós sabe se faz parte deste grupo especial que recebe da parte de Deus a adoção de filhos legítimos, para viver irrepreensível perante Deus. Sim, esta foi Sua vontade para connosco.
Deus deseja que esta igreja, este povo especial seja participante dos sofrimentos de Cristo, encha o coração de temor, e viva em arrependimento (mudança) e santificação, tal qual, Cristo andou neste mundo.

Muitos estão muito preocupados em mostrar sua religião: A maneira como sua religião trabalha, como se esse trabalho fosse garantia de cristianismo. Leia atentamente, em espírito de oração Tiago 1:27. Diga se isso é um trabalho que se realiza aos fins de semana, quando vais ao templo em adoração. Mais do que nossa devoção em nossos templos, no final de semana, Deus deseja que sua igreja esteja desprovida das concupiscências deste mundo, desprovida da vaidade, egoísmo, lascívia, avareza todos os dias da semana, pois somos a imagem de seu Filho.
E surgem mais perguntas: Está bem. Vamos acreditar, por enquanto, que há um grupo especial e que este terá maiores privilégios que outras pessoas. Então, quer dizer que aqueles que foram escolhidos por Deus têm a salvação garantida?
Não. Nem por sombras isto acontece (muitos são chamados e poucos os escolhidos). A bíblia deixa isso bem claro ao mostrar o livre arbítrio que Deus concede aos homens. Todos, sem exceção, devem confirmar sua vontade em obedecer a Cristo ou não.
Aqueles que foram escolhidos, embora sejam privilegiados por terem os seus nomes escritos no livro da vida, devem vencer o mundo até ao fim. O que muitos de nós não compreendemos, é que Cristo diz para vencermos o mundo “até ao fim” (Heb. 3:14). E por que Cristo faz esta referência? Porque precisamos compreender que mesmo que sejamos filhos e filhas de Deus, fomos criados para a obediência (1Pe. 2:20-22), não para vivermos segundo as nossas paixões da carne.
·          Nesse tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, o defensor dos filhos do teu povo, e haverá tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas, naquele tempo, será salvo o teu povo, todo aquele que for achado inscrito no livro. (Dan. 12:1)
Os nomes de todos os escolhidos estão inscritos no livro da vida lá nos céus. Ele não passa a ser inscrito na conversão como se prega nas igrejas. A pessoa que tem o nome inscrito no livro da vida não foi pensada na sua conversão, mas sim a partir do momento que Deus o escolheu lá atrás (... assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo... Ef. 1:4). Daniel nos diz que quando Cristo voltar, a salvação para os filhos e filhas de Deus é somente pra todos aqueles que forem achados inscritos no livro da vida, aqueles que guardaram até ao fim a confiança nas promessas do salvador.
·         Ao vencedor, que guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei autoridade sobre as nações. (Apoc. 2:26)
Cristo diz que só receberá a herança aquele que vencer aquele que guardar até o fim. Ninguém, mais absolutamente ninguém estará isento de viver em obediência a Deus, especialmente os filhos e filhas do Altíssimo, pois maiores cobranças terão (Heb. 10:29).
Aos filhos de Deus lhes são devidas maior cobranças de tal maneira que, ao rejeitarem eles esta benevolência, negligenciando a pureza e santidade, o sofrimento e abnegação, Deus os reprova sem direito a retorno, sem direito a uma nova integração neste grupo.
·         É impossível, pois, que aqueles que uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se tornaram participantes do espírito santo, e provaram a boa palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro, e caíram, sim, é impossível outra vez renova-los para arrependimento, visto que, de novo, estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus e expondo-o à ignomínia. (Heb. 6:4-6)
A partir do momento em que somos chamados, e recebemos conhecimento necessário para viver em pureza e santificação, devemos confirmar o nosso chamado, a nossa aceitação pela obediência a Cristo até ao fim, senão Deus riscará os nossos nomes de Seu livro (Ex. 32:32,33).
·          E, se alguém não foi achado inscrito no livro da vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo. (Apoc. 20:15)
E as perguntas continuam: Deus não é injusto? Se tanto os escolhidos, como os não escolhidos têm de confirmar a salvação. Como uns são mais privilegiados que os outros? Será que Deus cometeria está injustiça, uma vez que Deus não faz acepção de pessoas?
Devemos lembrar que a escolha não é para a salvação, mas para formar o corpo de Cristo, para formar o “corpo que governará” o mundo.

Retenham o que está entre aspas que no próximo estudo estaremos a entender melhor o plano que Deus tem para com o corpo governante que Cristo está formando.

Seria Deus injusto ao fazer esta escolha?
·         E ainda não eram nascidos, nem tinham o bem ou o mal (para o propósito de Deus, quanto à eleição, prevalecesse, não por obras, mas por aquele que chama), já fora dito a ela: o mais velho será servo do mais moço. (Rom. 9:11,12)
Será que até hoje alguém já considerou Deus injusto por ter escolhido a Jacó em detrimento de Esaú? Creio que não. E por quê? Porque não os afeta. Ou seja, quero lá saber se Deus escolheu a Jacó em detrimento de Esaú. Desde que não me afeta, estou nem ai.

Mas a verdade é que Paulo nos mostra que a nascença dos filhos de Deus são arquitetados por Ele. É Deus quem escolhe uns em detrimento de outros. A escolha não é feita por obras, pois ela (escolha) é feita antes mesmo do nascimento. A escolha é feita pela vontade de Deus. Há injustiça da parte de Deus em escolher alguns? Também me coloquei esta questão quando ouvi esta doutrina bíblica. Mas Paulo nos versos a seguir faz-nos uma advertência, e diz-nos que não devemos questionar os propósitos de Deus.
·         Que diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus? De modo nenhum! Pois ele diz a Moisés: Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão. Assim, pois, não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia. (Rom. 9:14-16)
Deus escolheu aqueles a quem quer aplicar sua maior benevolência. Não compete a nós definirmos como deveria ser, só porque desconhecemos esta verdade, ou porque achamos que não é do nosso agrado. A verdade é que devemos dar graças a Deus, porque quer sejamos escolhidos ou não Deus nos criou para a vida. Ele deseja nos conceder um reino de paz e amor. Sendo ou não sendo escolhido (Gal. 4:30,31) no reino de Deus não haverá injustiça, por isso não há nenhuma razão para temermos.
Concluo dizendo aos amados: Que perigo o corpo de Cristo estará a viver se não perceber que tem maiores obrigações em relação aos restantes. Que perigo a igreja de Cristo corre se não perceber o que é realmente fazer parte dos sofrimentos do Mestre, ou seja, viver uma vida de abnegação. Que perigo nos encontramos se achamos que podemos viver sem sentirmos a necessidade de abandonar o pecado (1Jo. 3:9).
Deus não escolheu um povo que se desassocia dos princípios divinos e coabita com aqueles que não têm prazer no evangelho do reino. Ou seja, a igreja de Cristo não coabita com o mundo, pois Cristo não coabitou com o mundo.
A igreja de Deus é chamada para ser semelhante, conforme a imagem de Cristo. Tal como Cristo viveu, tal como Cristo caminhou, sua igreja deve seguir os mesmos passos. A igreja de Cristo não deve viver como bem entende, mas sim espelhar a vida de seu Mestre na maneira como vive.

“Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras”
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2 comentários:

  1. o que quer dizer,enquanto o homem viver,ninguém tem o direito de dizer que não seras salvo. ate porque a salvação é para todos. bem haja.

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    1. Ola Jc Tchipilica!

      Que bom que entendeste a mensagem. Quanto a salvação estamos todos no mesmo patamar. Ninguém se sobressai em relação a outrem, pois Deus quer que TODOS chegam ao conhecimento da verdade (1Tim. 2:1-4). E para isso é necessário conhecer aquele que a fonte de toda a sabedoria, Deus.

      A paz do Senhor.

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